Brasília, 22 de julho de 2025 – O governo federal instituiu um grupo técnico para analisar a viabilidade de um sistema brasileiro de posição, navegação e tempo (PNT), medida que busca diminuir a dependência do país do GPS norte-americano.
A criação do colegiado foi definida em resolução publicada em 1º de julho no Diário Oficial da União, oito dias antes do anúncio do “tarifaço” pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O documento estabelece quatro missões principais para o grupo:
• elaborar estudos e propor uma estratégia tecnológica para implantação de um sistema nacional de PNT;
• diagnosticar vulnerabilidades decorrentes da dependência de tecnologias estrangeiras;
• mapear rotas, desafios, capacidades laboratoriais e industriais necessárias ao projeto;
• apontar opções de fomento para viabilizar o futuro sistema brasileiro.
Composição do grupo
O trabalho será coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e contará com representantes dos seguintes órgãos e entidades:
• Ministério da Defesa;
• Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços;
• Ministério das Comunicações;
• Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
• Comando da Aeronáutica;
• Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);
• Agência Espacial Brasileira (AEB);
• Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe);
• Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras);
• Laboratório Nacional de Astrofísica;
• Financiadora de Estudos e Projetos (Finep);
• Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE);
• Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil.
Motivação
Hoje, o Brasil utiliza essencialmente o GPS norte-americano em áreas críticas, como aviação civil e gestão de semáforos. Em meio a tensões diplomáticas entre Brasília e Washington, autoridades brasileiras temem um eventual bloqueio ou restrição ao serviço no território nacional e consideram urgente desenvolver alternativa própria.
O grupo técnico deverá apresentar relatórios com diagnósticos e propostas de ação, mas não há prazo oficial divulgado para conclusão dos estudos.
Com informações de Gazeta do Povo
