As eleições de 2023 resultaram em uma queda significativa na representação de líderes evangélicos nas Câmaras Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Apesar de tentativas de apadrinhamento, nomes como Silas Malafaia e R.R. Soares viram aliados perderem espaço, enquanto a polarização política agravou a competição entre candidatos.
Cenário Eleitoral no Rio de Janeiro
No Rio, a bancada evangélica enfrenta um revés com a queda de representantes. Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, lançou o cantor gospel Waguinho (PL), que não conseguiu se eleger, obtendo apenas 9 mil votos, um desempenho inferior ao de seu antecessor, Alexandre Isquierdo (União), que estava em seu terceiro mandato consecutivo.
Desafios da Igreja Universal
A Igreja Universal também teve dificuldades em lançar novos candidatos. Em São Paulo, o bispo André Souza (Republicanos) ficou apenas na primeira suplência, enquanto no Rio, Deangeles Percy (PSD) não conseguiu se eleger após uma aliança com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Polarização e Fragmentação de Apoios
A polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) também impactou a eleição, dificultando a eleição de candidatos que se alinham a apenas um dos lados. O vereador Eliseu Kessler (MDB), por exemplo, não conseguiu se reeleger, refletindo as divisões internas nas igrejas.
Malafaia e os Conflitos Políticos
Silas Malafaia se destacou por seus ataques contundentes ao adversário Pablo Marçal (PRTB) durante a campanha em São Paulo. O pastor admitiu que sua dedicação em combater Marçal prejudicou seu apoio a candidatos no Rio, afirmando: “Se eu tivesse andado com ele, como sempre fiz, estaria eleito. Mas me desgastei por um bem maior, que era a derrota daquele farsante”.
Essa postura agressiva e a falta de temperança de Malafaia podem ter assustado o público evangélico, revelando que suas convicções políticas parecem ter prevalecido sobre o comportamento esperado de um pastor.
A Extinção de Representantes Evangélicos
Valdemiro Santiago e R.R. Soares, dois televangelistas influentes, também não conseguiram emplacar representantes nas Câmaras. Em São Paulo, a tentativa de Delegado Roberto Monteiro (União) de se associar a temas de segurança pública não foi suficiente para garantir sua eleição.
O recuos da influência da Igreja na Política
O cenário atual das eleições municipais mostra uma significativa diminuição na presença de líderes evangélicos nas câmaras, refletindo a necessidade de adaptação e novas estratégias para futuras disputas eleitorais. Líderes evangélicos nestas eleições viveram em um conflito ideológico,
Pastores como Silas Malafaia e Claudio Duarte, supostos apoiadores de Bolsonaro, vestiram a camisa da esquerda de Lula no Rio de Janeiro apoiando Eduardo Paes à Prefeitura do Rio.
O eleitorado, principalmente de direita, não vê isso com bons olhos e pode estar acontecendo um movimento de repulsa aos candidatos apoiados por essas lideranças. Mas só o tempo poderá mostrar o que de fato vem passando na cabeça dos eleitores evangélicos. Uma coisa é certa, a esquerda carioca seduziu fortemente os líderes evangélicos a ponto de eleger Eduardo Paes no primeiro turno.