Após as eleições municipais, o pastor Silas Malafaia fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devido à sua postura nas disputas eleitorais em São Paulo e Curitiba. Em uma entrevista à jornalista Mônica Bergamo, Malafaia, que se considera aliado de Bolsonaro, expressou desapontamento por não ter visto o ex-presidente se opor à candidatura de Pablo Marçal.
Malafaia argumentou que Bolsonaro parece ter medo de uma possível derrota do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para Marçal (PRTB), apontando que tanto o PL quanto Bolsonaro apoiaram a candidatura de Nunes, cuja vice é Coronel Mello Araújo (PL), indicado pelo próprio Bolsonaro.
Em Curitiba, a situação foi similar. Embora tenha apoiado Eduardo Pimentel (PSD), Bolsonaro permaneceu em silêncio diante da ascensão da candidata Cristina Graeml (PMB), pertencente à direita. Para Malafaia, essa atitude demonstra uma dependência excessiva de aprovação nas redes sociais, algo que, segundo ele, não se alinha com a postura esperada de um líder.
“Jair Messias Bolsonaro, para mim, é a maior decepção. Um político é julgado por suas posições, e ele enviou uma mensagem de falta de confiabilidade. Quem vai se aliar a alguém assim? O que ele fez em São Paulo e Curitiba é absurdo. Isso não condiz com um líder da direita”, criticou Malafaia.
Por outro lado, o pastor elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a quem vê como um potencial candidato à presidência em 2026. Ele afirmou que um verdadeiro líder não segue apenas o que as pessoas querem, mas orienta e lidera.
Entretanto, a postura exigida de Bolsonaro não foi refletida nas ações de Malafaia no Rio de Janeiro. O atual prefeito Eduardo Paes (PSD) foi reeleito em primeiro turno e mencionou alianças com Lula (PT) em sua vitória. Nos últimos pleitos, Malafaia se omitiu de apoiar Alexandre Ramagem (PL), que acabou levando à vitória do prefeito.
Malafaia também expressou descontentamento com outros membros da bancada evangélica, como Magno Malta e Marco Feliciano, que não se posicionaram contra Marçal, além de criticar Nikolas Ferreira (PL-MG).
Essa situação evidencia como a direita brasileira, em vez de se unir, frequentemente critica seus próprios integrantes, enquanto a esquerda tende a manter uma postura mais coesa. O método “kamikaze” da direita, que se auto-sabota ao criticar aliados e membros do próprio grupo, contrasta com a unidade estratégica observada à esquerda.